Sunday, September 23, 2007

 
"Há, porém, garantem, uma aventura da linguagem:
Um barco embandeirado de signos, sons,
rútilas conotações e uma carta de prego.
Um porão de surpresas, a rota misteriosa,
e, por certo...por certo um tesouro com ilha

em redor. Um mar de irisado esmalte,
por onde circulam peixes de esquiva prata,
lentas refractadas fosforescências, redondas
sinistras opacidades indecifráveis. Garantido,
ainda, o seguro contra todos os perigos.

Quem perde o barco, provê-se, como pode,
com o que tem. Poucos paus fazem uma jangada.
Na exactidão vocabular se articula o discurso.
Tenho só este exíguo e perplexo pecúlio
de palavras à beira do silêncio."

In, Rui Knopfli, O CORPO DE ATENA,
1984, Imprensa Nacional

Comments:
Também eu tenho como pecúlio maior as palavras.
E gasto-as, tantas vezes, sem parcimónia.
Quando deveria usá-las com a sabedoria de quem prova um grande vinho.
 
olà Zé, Timor Lorosae,é lindo este poema, peixes de esquiva prata,
Poucos paus fazem uma jangada...certo!
Lindo comentàrio manuel.
Merci de ce beau poème qui nous fait voyager jusqu'à Timor, como dizem os timorenses, entao boa noite manos! beijinhos,
LM
 
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