Thursday, August 16, 2007

 
"
Não sou grande espingarda na alegria
e quanto à vida estamos conversados:
no tempo em que de amor viver soía
soía eu em Angola com os soldados.

Depois andei aí por outros lados
a espiar-te de longe e não sabia
que o tempo em que de amor viver soía
eram minutos poucos e contados.

Tinhas pescoço alto: não tens nada;
uns anéis no caixão em Abrigada
o restolhar do vento pela serra.

Ao tempo que isto foi: não faz sentido
tentar ouvir-te, querer falar contigo
como se houvesse sílabas de terra.
"
(António Lobo Antunes)

Comments:
Meu caro José,

Apressadamente, sempre te direi que fizeste uma excelente escolha.
O soneto é muito bonito e foge ao cânone no esquema rimático, nas quadras.
Já se sabia da admiração de Lobo Antunes por Sá de Miranda e Camões. Nomeadamente através das cartas da guerra e do título de um dos seus romances.
Quase uma biografia, de facto!

Um abraço, Zé!
 
Poema de sabor popular o do A. Lobo Antunes. Gostei.
Como continuo a gostar das crónicas.
(Cansa-me um bocado é no romance, desde as últimas inovações que fez no estilo que usa.
E não gosto de o ouvir falar em determinado registo acerca do Saramago...)

ZR, força!
abr
zl
 
Caro Manuel,

Gosto muito deste poema! O António (Lobo Antunes) prova aqui que também é um grande poeta, mesmo que o tema seja triste!
Tenho este poema manuscrito pelo autor num pedaço de toalha de restaurante...Sou coleccionador destas preciosidades!
Um grande abraço. Bom fim de semana!
 
Caro Zé Luís,

O António (lobo Antunes) retribui também a simpatia do Saramago...para com ele! Não acha?
Tricas sem grande importância! As obras é que contam...
Um grande abraço! Bom fim de semana!
 
obrigado pela visita , volte sempre
eu volto
saudações amigas.
 
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