Friday, May 11, 2007

 
Falavas das raízes. Partir. Regresso às origens. Que bom
seria. Mas é evidente que já sabes pouco do que por lá se
passa, já nem topas a fronha dos putos, com quem se
parece este aqui, e aquele? E o ar da malta no café? Vacanças
em barda e mésons com fenétra, tá bem ó Felismina.
Havia agora no cinema uns lindos olhos de bela mulher em
crise. Tu disseste-lhe: não serei mais um marido na tua vida.
E ela: não serei mais uma esposa na tua vida. E por ali
ficaram à espera de descobrir essa estranha cumplicidade
que dá pelo nome de amor e que ainda ninguém conseguiu
descobrir o que seja. Apenas os poetas por lá andam perto
e mesmo assim, alguns se perdem. Tu mesmo talvez. O que
te consome é um terrível excesso de memória. Havia um
pequeno rio, onde antes os peixes e os barcos se misturavam,
e as tardes eram sempre belas para os namorados, não
perdoarei jamais a destruição, o cheiro nauseabundo,
o princípio da morte.

(J.A.R.)

Comments:
Em mim, o que efectivamente me consome "é um excesso de memória".
 
Ó ZR!
Eu tenho lá palavras?!
 
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