Saturday, March 10, 2007

 
"Se nada existe, se tudo é vazio
Onde se acumula o pó?"
Houei-Neng

"Eu não sei se há progresso no meu trabalho, no
trabalho da minha vida. O que sei é que o meu
caminho se assemelha ao do monge budista: não
tem finalidade, anula-se a cada momento e o que
sobra é apenas o vazio, o vazio insuficiente, e há
que beber nesses vasos toda a água que não
contêm, os mistérios do mundo que já são outros,
e eu outro e não somos mais do que passagem e
comer uma maçã na tarde que cai é uma maneira
como outra qualquer de subir à montanha e
respirar o ar puro se trazes uma montanha
dentro de ti. Eu não sei se há progresso neste
trabalho, não aprendi ainda a arte de bem morrer
e, por isso, o desejo permanece e tem um peso terrível."

In Casimiro de Brito, ONDE SE ACUMULA O PÓ?
1987, Black Son Editores

Comments:
Olá!
Penso não ser só o monge. Admito que sejamos todos, vazios. Para não dizer ocos.
Espectacular, este texto.
Parabéns
 
Vazios não diria, mas com muito por preencher, muito que aprender.
Mas reconheço que é nas alturas em que sinto o vazio, que batalho mais pela vida.

Abraço José,
um excelente fim de semana!
 
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