Tuesday, January 02, 2007

 
Abusai da mordacidade e da maledicência,
sereis justamente recompensados escapando
a esta vida penosa, miserável, infeliz. Que
nem sequer se deite fora o bagulho das uvas:
o nosso Fernando adora bagaços. E era nesse
indefenível estádio já com alguns ardores a
inundarem-lhe o cérebro que ditava para a
posteridade as mais célebres cartas de amor,
minha pomba, minha estrela, meu benzinho,
minha coisa fofa, meu bebé fera, quem me
dera puder deitar-me contigo junto à lareira
em noite de ventania, quem me dera puder
deitar este este frágil coração sobre os teus
seios e ouvir assim o som das ondas do mar,
quem me dera a fúria das águas, a espuma
na areia, quem me dera ser um mancebo
amante à beira do rio Fredo, rio da Sicília,
quem me dera o repouso merecido após
tantas horas de combate e desassossego,
consola-me coração, agora que te vejo,
como a alfazema e o alecrim, moreninha
de olhos muito abertos nesta noite só nossa.

Comments:
Vejo que já está de volta. Um abraço e feliz 2007
 
Olá, Papu, boa noite!
Obrigado. Retribuo o abraço e os votos de um Bom 2007!
Acabei por faltar ao prometido...Em breve direi algo, o.k.?
 
Não sigo a sugestão, porque já sou um convertido à mordacidade. Passa pelo meu "blog". Um abraço.
Manel
 
Post a Comment



<< Home

This page is powered by Blogger. Isn't yours?

Web Page Counters