Wednesday, December 13, 2006

 
RIO DO ESQUECIMENTO


"Se os filhos da puta voassem não veríamos mais o Sol."
(Pi de la Serra)


Senhoras e senhores, é chegado o momento de vos apresentar
o Eng. Ferreira de Magalhães, distintíssimo habitante da floresta,
contador de histórias inventadas, matreiro, sacripanta e bom
copo. Vive, pois, em estado de graça e diz: mas isto é lá viver?
E aqui me fico por ter jurado que de política estávamos conversados,
o antes e o depois se verá, por mim contemplo um espaço azul
enquanto o Eng. Ferreira de Magalhães cofia a sua barba de
vários meses, ou anos? e me diz com satisfação de todo o tempo
que o consome em vão, dos sonhos próximos, a telefonia, uma
ovelha, um pirilampo, talvez. Como será possível fazer planos,
estruturas, cálculos milimétricos, se a paciência nos desencanta
e o maior tédio consumido sob os astros corrói estas paredes
de adobe e palha? E no entanto, eis o nosso homem optimista
dos sete costados planeando visitar a lua e dançar uma valsa
com a deusa do Amor. Habitante mensageiro destes meus
dias e noites como agradecer esse ar jovial e disponível?
Como saber da memorável decisão que levou o nosso
Engenheiro, fortemente tocado pelo tinto, a desfiar todo
o rosário de vaidades e dores?


Eis um riso brando uma alegria serena que nos leva
por rios navegáveis de palavras tão brandamente
abandonadas nesta imensa noite do esquecimento
é certo que nós não existimos que apenas um medonho
clarão inunda os céus e os nossos passos almejam o infinito

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