Sunday, November 19, 2006

 
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Pressentes uma tempestade que se insinua ao longo da
floresta. é nítido o cheiro da caruma e da resina.
há uma lareira para um fogo. um par de acácias
vergou ao peso do tempo. ninguém poderá amansá-lo,
ninguém.
O meu amigo partiu indiferente às sábias vozes que lhe
falavam de tragédias iminentes. Disse-me depois que a
bonança o inibe. Ó amigos meus, venham viver o silêncio
campestre, a paz dos animais que apascento, há em
mim um Ulisses guerreiro finalmente em repouso. Ó
amigas minhas, mulheres com rosto e com nome, sentai-vos
comigo ao redor do fogo, vós sois o fermento, o pão
e a fruta. bebamos o vinho pela mesma taça.

(j.A.R.)

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