Thursday, November 16, 2006

 
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Campos alagados de água e suor
fábricas de sonhos insatisfeitos
Corpos doridos e nus
tantos sonhos meus amigos de ontem
por onde os espalhou o vento
que continentes os habitam
que deusas vestem de luto as suas horas
quantas ninfas os despem quantos
mares passaram ao luar como
encontrar o seu rasto luminoso
ó divinas criaturas afastem-se de nós
carregamos escravos antigos
ciclones vendavais choros imensos
coros gregos de tragédias sacrifícios
aos deuses cordeiros imolados
sangues derramados em orações
avé avé ó humanas sombras
os meus silêncios os vossos silêncios
habitam o vasto universo dos insectos
abelhas sugam o mel das flores

ó amigos meus de outrora
a nossa memória é um sepulcro.

(J.A.R.)

Comments:
Ao rubro José.
Lindissimo.

Gostei do "soco no estomago", Sim, o seu amigo leu-o bem. Eu é que, de uma forma egoista, confesso, passo apressadamente por cima dessas palavras mais duras, essas que nos fazem abanar, tremer, e demoro-me nos mais doces. São as suas palavras doces que me trazem até si.

Mas afinal, não é o que fazemos todos nós que caminhamos nesta estrada? Demorarmo-nos onde nos sentimos bem

Obrigada pela valiosa partilha José.
Grande abraço, um abraço naqueles tons que nós sabemos.

Um excelente fim de semana
 
Alex, bom fim de semana:)
Deixei-lhe o meu obrigado no seu/nosso "Grau Zero"!
Devo agradecer-lhe neste meu local de permanência da minha escrita à procura de uns quantos leitores. Poucos, claro!
Sei também que o melhor de mim está nisto que aqui fica. O calendário inexorável hoje alterou os meus dados acrescentando-lhe mais um ano. É assim espero ter ainda tempo para acabar dois ou três livros.
O Comandante Che Guevara dizia (cito de memória): "hay que endurecerse pero sin perder jamás la ternura". É o que eu procuro fazer.
Um grande abraço, em tons de azul.
 
Alex,boa noite,novamente!
Tenho um conflito antigo com as gralhas, as tipográficas. O D.Francisco Manuel de Melo, já nos tinha dito que quanto às gralhas e a outras imperfeições da estampa, não há que dizer-vos, vós as vedes, vós as castigai!
No penúltimo parágrafo do meu post deve ler-se:É assim. Espero ter ainda tempo para acabar dois ou três livros. Ou: E assim espero ter ...
Até breve!
 
Sim, é verdad: "A nossa memória é um sepulcro"; porém, estamos sempre a repetir: "surge er ambula", ou seja, estamos permanentemenet a mexer no sepulcro.
Provavelmente, porque o tempo tem apenas duas dimensões:o passado que conhecemos e o futuro que desconhecemos.
 
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