Wednesday, November 01, 2006

 
..........19

NAZARÉ-II

O mar sempre o mar a mar
um vento tépido, uma brisa quente
os pescadores na soleira das portas
as gentes marítimas graves e solenes

quem te dirá do sol amargo
e do sal das tragédias o luto
e a dor destas mulheres viúvas e mães
tão cheias de amor pela terra

quem pariu estes filhos? quem
os viu morrer tão novos e tão
sábios de marés estrelas e luas?

quem lhes trará o conforto, a
palavra certa o cúmplice silêncio
a certeza de uma vida plena?

(J.A.R.)

Comments:
"Nazaré-II" ou um outro modo de falar da nossa História Trágico-Marítima?
Temos uma atracção amorosa pelo mar, que está intimamente ligada ao nosso melhor e ao nosso pior. Como o amor, de resto.
Este soneto, que foge ao cânone, é de uma enorme beleza.
 
Post a Comment



<< Home

This page is powered by Blogger. Isn't yours?

Web Page Counters