Wednesday, July 12, 2006

 
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Para a Papu

Desejaria esquecer um ténue carpir de enigmáticas mágoas, as águas profundas desse rio antigo deslizando rente às alamedas nesses dias fugazes com a neblina londrina junto ao Tamisa, as corças em busca da luz, uma estrela fugidia a sós com o silêncio, talvez o correr do cordeiro nos verdes prados deste Inverno soalheiro, quem te trará novas dos barcos encalhados? Distraída sereia em maré de amar amor sempre à espera daquele pequeno polvo rente às rochas, não vejas nisso apenas o mar, o teu doce mar, o sol amargo deste amigo perdido no vasto horizonte, triste como todos os poetas, mas tão cheio de luar para te oferecer.

(J.A.R.)

Comments:
Oh José... nem tenho palavras...
Primeiro porque realmente sou uma distraída como diz a Alex, e ainda não tinha dado por isto! A verdade é que não tenho andado muito por aqui, às vezes venho ler e fico algum tempo aqui nesta paz, mas depois passam muitos dias antes de voltar! Muito muito obrigado por estas palavras tão bonitas. Adorei. Vou tomar a liberdade de transcrevê-las para O Outro Lado da Lua e arranjar uma imagem para elas. Um beijo para si e muito obrigada mesmo!

E tem graça... lembra-se das histórias que lhe falei, sobre a ditadura e os tempos de antes do 25 de Abril? Já há um tempo que ando a pensar escrever um texto para si, baseado naquelas memórias que me deixou sobre o Zeca e a manhã do 25... só que ainda não saiu... talvez brevemente, quem sabe.
 
Olá,Papu!

Eu é que agradeço as suas tão simpáticas palavras.
Cheguei um dia atrasado e achei que lhe devia deixar esse pequeno gesto!
Escrevemos para ser lidos, claro...Disse um dia que andava à procura dos dez leitores a que tenho direito. Um dia à saída de uma livraria, deparo com uma jovem com um livro meu debaixo do braço e, tímido como nasci, segui o meu caminho sem lhe dizer nada, mas achei graça à situação!...
Sobre o Zeca...tenho imensas histórias que um dia destes vou partilhar com os velhos e os novos amigos dele...atá porque ele continua vivo na música e na poesia.
Grande poeta nunca assumido, tenho pena que não tenha escrito muito mais, mas ao tempo as nossas preocupações eram outras , como bem sabe!
Obrigada por tudo, disponha dos textos como entender, agora já não são só meus!
Estou em maré de boas notícias, soube também que num Festival em Penamacor, a coreógrafa Lídia Martinez utilizou textos meus no seu espectáculo de dança contemporânea...e disseram-me que o pessoal gostou muito.
Vou passando pelo seu blog e lendo tudo, mesmo as cenas dos mais pequenos que entendo bem...só que a minha fase já é a dos netos igualmente interessante...e,às vezes, também sem muita graça...
Parabéns novamente pelos seus anos!
Um grande abraço do,
J.A.R.
 
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