Monday, July 17, 2006

 
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Assumirei a escrita como o camionista de Lisboa-Bruxelas, Bruxelas-Lisboa, apenas o que mereço pelo meio, o banho e a mulher amada, o sentido da urgência e o sinal de partida. Só existe uma estrada? Embora nem sequer penses em parar, não há tempo, e a certeza na utilidade do esforço é um sentido para tudo, poderás imaginar os perigos desta viagem, quantas guinadas através do sonho e da memória, as curvas e a forma da paisagem, a correria louca às voltas com o destino, se gostasses de mim talvez nem tivesses aqui chegado, um camião é sempre um camião, a patroa está à espera, o pior são os polícias ao longo dos caminhos, que não nos largam a braguilha, poderás ver aí um sinal dos tempos.

(J.A.R.)

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