Thursday, June 01, 2006

 
O Difícil Comércio das Palavras..........14

Esperavas palavras bonitas, mas não é isso que te trago, a Virgem estava na azinheira, imaginas a chatice, os pastorinhos com os olhos a brilhar, um raio de luz, uns olhos perdidos na noite, a enorme procissão das velas, os que estavam doentes e foram curar-se, os vivos dançavam a incomodidade, oferecerias também uma vela do teu tamanho, se ele voltar vivo virei de joelhos, o sangue no asfalto, a fé move montanhas, a mulher abandonada na noite, um filho perdido, haverá palavras para consolar os pais? Tinha doze anos, sonhava com o mar, pescador de sonhos, o mau olhado do progresso, partiu para sempre e nem pudeste beijar-lhe a fronte, que mal lhe fizeram, se contares as noites sem dormir não te chegarão os pinheiros da floresta, um café mais, vou ficar acordado todo o tempo, fumas um cigarro encostado à parede e terás todo o tempo do esquecimento, o dedo dói com o esforço da caneta, haverá novos horários para os barcos, ali me quedarei qual Robinson pinga-amor, rasgarei todos os poemas, um século é tempo demais, perder-me-ei em ti, as curvas e o resto, leia livros neste Natal, bem vi os olhos deles, estavam vermelhos?

(J.A.R.)

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