Saturday, June 24, 2006

 
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O que irá ficar de mim é apenas isto, e acima de tudo, a recordação ondulante do teu corpo implorando o orvalho da manhã, dormias como um justo, nem um ténue sinal nos lábios, os olhos fingiam quietude e por dentro habitavas um terrível vulcão de lava incandescente. Tudo se cura quando sobram curandeiros. Não peças piedade, ninguém ta dará, o que deves é exigir esta chuva que veio lavar a cidade e inundar as sarjetas com excrementos de animais bravios. Antes da chuva estavam calmos e nada como a decisão de voar alto.

(J.A.R.)

Comments:
Fundamentalmente, saber tomar a decisão de "voar alto." E, ao contrário de Ícaro, saber evitar a queda.
Há momentos em que os teus poemas, povoados de pássaros não nomeados, são verdadeiros golpes de asa.
Um abraço,
M. Barata
 
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