Wednesday, June 07, 2006

 
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À memória de Ruy Belo e Glauber Rocha

Louca a semente varria o vento na noite. Vento doido como um cavalo ferido na arena. Agosto em chamas na floresta não sei como nem quando: o Glauber partiu para sempre. Uma vez mais um mau presságio na frágil caminhada. Foi frente ao mar que noutro idêntico Agosto soube da dolorosa partida do Ruy. Nem o cheiro do mar secou as lágrimas do silêncio.
"Nada deu certo", disse o Glauber. Milhares de coisas deram certo, claro, quem poderá destruir as imagens da terra e do mar?

(J.A.R.)


Comments:
Ruy Belo. Que boa referência. Gosto quando ele nos lembra que até um sonho pode dar certo. E quantas vezes nos trocamos, desentendemos, desencontramos para no fim perceber que afinal na nossa vida muita coisa deu certo

mas andávamos distraidos demais, ocupados com coisas poucas e nem reparámos quanta coisa certa a nossa vida nos proporcionou.

Engraçado. Falo no passado mas refiro-me ao presente.

«Nomeei-te no meio dos meus sonhos, chamei por ti na minha solidão, troquei o céu azul pelos teus olhos e o meu sólido chão pelo teu amor».

Intemporal.
Um grande abraço José.
 
Obrigado,Alex!

Sou como os putos...preciso de uma palavra, um gesto, para continuar este diálogo...
Na verdade, são poucas as coisas essenciais, às vezes o quotidiano madrasto distrai-nos, afasta-nos daquilo que mais importa nas nossas vidas...
Um grande abraço,
Zé Ribeiro
 
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