Tuesday, June 06, 2006

 
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Recolhes lentamente a neve como criança em dia de festa na aldeia perdida na serra. Um corvo debicava a brancura da paisagem mesmo ao lado da ravina. Tanta gente à beira do caminho em lenta procissão, talvez recolhimento, talvez em busca de alimento. Que é feito do pastor e do seu gado? E da mansidão do lobo? Quem te dirá dos longínquos trópicos notícias dos náufragos tão dolorosamente perdidos ao longo dos tempos? Se não acreditares na semente, como poderá o vento espalhar a tempestade que varria ainda há pouco vales e montes?

(J.A.R.)

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