Thursday, March 23, 2006

 
Andar ao Papel..........2..........As Opas da Retoma

Quando eu era pequenino aprendi a conhecer as opas das confrarias e irmandades religiosas lá na minha aldeia e confesso o meu estranho fascínio por esses mantos diáfanos da fantasia.
Vem agora o meu compadre Felisberto questionar-me sobre esta coisa das opas dos bancos e afins. Não sei se o posso elucidar convenientemente. Mas, em princípio, as coisas são assim: ora opas tu, ora opo eu! O Estado assiste e até pode sempre dizer que onde diz o que diz, diz o que não diz. Pronto! No caso das opas de espanhóis poderíamos sem problemas de maior alterar o hino e cantar "contra os espanhóis marchar, marchar"!... No caso de opas entre compatriotas invocaríamos aquela canção de Fátima "enquanto houver portugueses"!...
A verdade, caro compadre Felisberto, é que há uns quantos nomes sonantes de antes e depois do 25 de Abril, que podem opar quase tudo. A estranheza do meu compadre só existe porque se pode comprar um banco inteiro com dinheiro de outros bancos. O que o deixou a matutar desta maneira singela: queres lá ver que eu também posso comprar um banco um dia destes!... Tranquilizei-o dizendo que não. Essa faculdade só é reconhecida aos eleitos... E já é tarde, tardíssimo, para o meu compadre aprender.
As Opas podem ser amigas (embora também se diga que amigas são as putas!) ou hostis. Não pronunciar hóstis como fazem alguns jornalistas das televisões porque isso me deixa possesso. Lembrei-me também das hóstias e a verdade é que de passinho em passinho lá chegamos à sagrada religião do dinheiro...
Afinal, as Opas são todas por causa daquilo com que se compram os melões, concluiu sabiamente o meu compadre Felisberto.
Até à próxima Opa, digo eu!

(J.A.R.)

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